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Crise econômica faz crescer procura por atendimento psicológico no país.


A crise econômica também tem mexido com a cabeça das pessoas. Em Salvador, por exemplo, a falta de dinheiro e de trabalho tem feito muita gente procurar a ajuda de psicólogos para ajudar a superar as dificuldades.

A crise chegou como um furacão na vida dessa professora de educação física de Salvador, separada e mãe de dois filhos. Para sair do fundo do poço, ela buscou ajuda nesta clínica de psicologia que, uma vez por semana, atende de graça. A procura pelo atendimento gratuito aumentou muito nos últimos meses, e não há mais vagas. "Eu trabalhava em duas escolas, agora trabalho em uma só, tinha alunos particular, caiu também muito, caiu 60% da minha renda e eu tive que voltar para a casa dos meus pais".

“Essa insegurança foi fragilizando, fragilizando e aí hoje nós temos um resultado triste, um resultado dramático de uma comunidade de pessoas sofridas, infelizes, tentando encontrar uma resposta", explica o psicanalista Alan Cordeiro.

Muitas dessas pessoas que não podem pagar caro por um atendimento particular têm buscado ajuda também nas universidades que oferecem cursos de psicologia. Em algumas universidades, a fila de espera só aumentou do segundo semestre do ano passado para cá. O atendimento é feito por alunos, com a orientação de professores, e é de graça ou por um por um preço que o paciente possa pagar.

Hoje, o número de pacientes na universidade é 20% maior que no mesmo período do ano passado. São desempregados, microempresários que quebraram, gente simples que nunca tinha sentado na frente de um psicólogo.

"A gente não pode cair no discurso de que está tudo perdido, de que nada pode ser melhorado. Então, são sempre intervenções para que eles reconheçam: olha, tem essa possibilidade aqui, aqui tem outra. A crise não é só negativa. Ela cria potencialidades, cria possibilidades", explica o professor Adailton de Souza.

As sessões de psicoterapia estão ajudando o rapaz de 26 anos que desenvolveu síndrome do pânico depois que a clientela do salão dele, num bairro popular, caiu abaixo da metade. "Você não consegue relaxar, não consegue dialogar, não consegue interagir, você fica como se estivesse num mundo seu, preso".

Fonte: G1. 

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