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Para que brigar, se podemos conversar?

O ser humano mudou o mundo a sua volta. Mas apesar de todo o desenvolvimento e avanços da ciência e da tecnologia, ainda se comporta, muitas vezes, como seus ancestrais mais remotos. Isto quer dizer que, em termos emocionais, avançamos pouco. Pudera, não era possível até bem pouco tempo atrás, antes dos anos 90, estudar o cérebro, sede de todas as nossas emoções e de todo o nosso tão desejado controle emocional, ao vivo e em cores.

Nascemos despreparados, somos instinto puro no começo de nossas vidas. Aos poucos com a educação e com as regras de convivência e do bem viver em sociedade, vamos aprendendo a exercer melhor esse controle. Aprendemos a adiar, a esperar para satisfazer nossas necessidades e nossos desejos mais fortes. Mas isso é feito, muitas vezes, de forma precária e sem muito discernimento. Afinal, essas coisas relacionadas à psicologia e ao comportamento humano são, para várias pessoas, bastante complicadas. Assim, quando dá os cinco minutos, podemos explodir como uma bomba relógio e só depois, é que vamos refletir sobre o que fizemos. E aí, pode ser tarde demais. O caldo já entornou. Uma briga já começou.

O relacionamento amoroso entre duas pessoas é muito difícil. Requer muita paciência e tolerância, para o desenvolvimento de uma relação satisfatória e harmoniosa. Tendemos a nos preocupar e nos ocupar com os problemas e defeitos do outro e nos esquecer de observar e até tentar modificar os nossos. Exigimos muito e, às vezes, damos pouco. Ou vice-versa, ao contrário, como se costuma dizer. Podemos oscilar entre o egoísmo extremo e altruísmo exacerbado. E aí, podemos cobrar, com juros e correção monetária, aquilo que damos e que esperamos que seja retribuído até mesmo em dobro.

Mas as relações entre as pessoas são bastante complexas. Não se resumem a um toma lá, dá cá. Cada uma deve tentar buscar se conhecer melhor, investir em si mesma, melhorar sua auto-estima, pensar no seu desenvolvimento pessoal e profissional etc…, pois assim, as chances de diminuir as cobranças, aceitar melhor o outro e desenvolver um ambiente harmônico, podem aumentar. Foi-se o tempo, em que um casal, era visto como um só, uma só cabeça pensante. Hoje cada um deve manter sua individualidade preservada em uma união.

Portanto, compreender melhor o comportamento humano, através de alguns mecanismos como informação pertinente, orientação profissional etc… pode ajudar muito a um casal na hora em que o bicho pega. Na hora em que a conversa parece não adiantar mais.

Quando a convivência está sendo dificultada por constantes brigas e o diálogo ficando cada vez mais difícil, devemos fazer alguma coisa, antes que sopa entorne, que o leite derrame, que a vaca vá para o brejo, que tudo mais vá para o inferno ou por água abaixo.

Dizem que as mulheres tem mais facilidade para se colocar, na hora da briga e que buscam mais o diálogo e que homens, por sua vez, tem mais dificuldade de demonstrar seus sentimentos e que perdem a calma, quando as palavras faltam. Já as mulheres podem chorar nessas situações.
Especialistas dizem que o sexo masculino precisa aprender a demonstrar mais suas emoções e dividir mais suas aflições. Não devem se isolar, quando estão com problemas. Em contrapartida, elas que gostam muito de conversar antes de tomar uma decisão sobre seu relacionamento, tendem a adiar soluções devido a fatores como filhos, condição econômica, medo de solidão etc…

Na verdade, homens e mulheres precisam de um canal sempre aberto de comunicação, de uma intimidade e cumplicidade maior, de algum conhecimento sobre relacionamento e comportamento e, lógico, muito amor e sexo saudável em suas relações. Um casal, muitas vezes, só percebe que não dá mais para conciliar as coisas, quando um se cansa de travar batalhas diárias, perde o interesse e parte para outra. Não dá para viver em constante conflito. É preciso entender, o seu limite e o do outro. Brigas em excesso, desgastam qualquer relação. Botar a culpa no outro, não resolve. Achar que o outro é quem está errado, que ele é que tem que mudar, muito menos.


Temos de ter a mente aberta para mudanças. Não devemos acreditar na imutabilidade das coisas e das pessoas. Não devemos achar que o outro é propriedade nossa. Devemos apostar no outro e na relação. Preservar a nossa individualidade e respeitar a do outro. Não achar que somos donas da verdade e que temos sempre razão. Devemos optar pelo diálogo. Contar até dez, antes de iniciar uma discussão. Aprender a pedir perdão, quando estamos erradas ou nos excedemos. Senão, a casa pode cair e o que era doce pode acabar. Afinal, para que brigar se podemos conversar. Pensem nisso!

Texto por : Marcia Mello Pereira. 

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