Nascemos despreparados, somos instinto puro no começo de nossas vidas. Aos poucos com a educação e com as regras de convivência e do bem viver em sociedade, vamos aprendendo a exercer melhor esse controle. Aprendemos a adiar, a esperar para satisfazer nossas necessidades e nossos desejos mais fortes. Mas isso é feito, muitas vezes, de forma precária e sem muito discernimento. Afinal, essas coisas relacionadas à psicologia e ao comportamento humano são, para várias pessoas, bastante complicadas. Assim, quando dá os cinco minutos, podemos explodir como uma bomba relógio e só depois, é que vamos refletir sobre o que fizemos. E aí, pode ser tarde demais. O caldo já entornou. Uma briga já começou.
O relacionamento amoroso entre duas pessoas é muito difícil. Requer muita paciência e tolerância, para o desenvolvimento de uma relação satisfatória e harmoniosa. Tendemos a nos preocupar e nos ocupar com os problemas e defeitos do outro e nos esquecer de observar e até tentar modificar os nossos. Exigimos muito e, às vezes, damos pouco. Ou vice-versa, ao contrário, como se costuma dizer. Podemos oscilar entre o egoísmo extremo e altruísmo exacerbado. E aí, podemos cobrar, com juros e correção monetária, aquilo que damos e que esperamos que seja retribuído até mesmo em dobro.
Mas as relações entre as pessoas são bastante complexas. Não se resumem a um toma lá, dá cá. Cada uma deve tentar buscar se conhecer melhor, investir em si mesma, melhorar sua auto-estima, pensar no seu desenvolvimento pessoal e profissional etc…, pois assim, as chances de diminuir as cobranças, aceitar melhor o outro e desenvolver um ambiente harmônico, podem aumentar. Foi-se o tempo, em que um casal, era visto como um só, uma só cabeça pensante. Hoje cada um deve manter sua individualidade preservada em uma união.
Portanto, compreender melhor o comportamento humano, através de alguns mecanismos como informação pertinente, orientação profissional etc… pode ajudar muito a um casal na hora em que o bicho pega. Na hora em que a conversa parece não adiantar mais.
Quando a convivência está sendo dificultada por constantes brigas e o diálogo ficando cada vez mais difícil, devemos fazer alguma coisa, antes que sopa entorne, que o leite derrame, que a vaca vá para o brejo, que tudo mais vá para o inferno ou por água abaixo.
Dizem que as mulheres tem mais facilidade para se colocar, na hora da briga e que buscam mais o diálogo e que homens, por sua vez, tem mais dificuldade de demonstrar seus sentimentos e que perdem a calma, quando as palavras faltam. Já as mulheres podem chorar nessas situações.
Especialistas dizem que o sexo masculino precisa aprender a demonstrar mais suas emoções e dividir mais suas aflições. Não devem se isolar, quando estão com problemas. Em contrapartida, elas que gostam muito de conversar antes de tomar uma decisão sobre seu relacionamento, tendem a adiar soluções devido a fatores como filhos, condição econômica, medo de solidão etc…
Na verdade, homens e mulheres precisam de um canal sempre aberto de comunicação, de uma intimidade e cumplicidade maior, de algum conhecimento sobre relacionamento e comportamento e, lógico, muito amor e sexo saudável em suas relações. Um casal, muitas vezes, só percebe que não dá mais para conciliar as coisas, quando um se cansa de travar batalhas diárias, perde o interesse e parte para outra. Não dá para viver em constante conflito. É preciso entender, o seu limite e o do outro. Brigas em excesso, desgastam qualquer relação. Botar a culpa no outro, não resolve. Achar que o outro é quem está errado, que ele é que tem que mudar, muito menos.
Temos de ter a mente aberta para mudanças. Não devemos acreditar na imutabilidade das coisas e das pessoas. Não devemos achar que o outro é propriedade nossa. Devemos apostar no outro e na relação. Preservar a nossa individualidade e respeitar a do outro. Não achar que somos donas da verdade e que temos sempre razão. Devemos optar pelo diálogo. Contar até dez, antes de iniciar uma discussão. Aprender a pedir perdão, quando estamos erradas ou nos excedemos. Senão, a casa pode cair e o que era doce pode acabar. Afinal, para que brigar se podemos conversar. Pensem nisso!
Texto por : Marcia Mello Pereira.
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