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Hiperatividade: o que é ser hiperativo?

A hiperatividade é um dos componentes mais conhecidos do Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sendo tal transtorno caracterizado pela existência de sintomas que se agrupam como: predomínio de desatenção, predomínio de hiperatividade/impulsividade (que sugere uma atividade exagerada e onde o movimento contínuo é superior ao esperado para a idade da criança) e o predomínio de ambos, como junção da falta de atenção e hiperatividade.

Trata-se de um transtorno de origem neurológica, altamente genético (75%), presente na infância mas que pode prosseguir pela vida adulta, comprometendo o desempenho profissional, familiar e afetivo das pessoas acometidas. Estima-se que cerca de 5% da população infanto-juvenil sofra com os sintomas, sendo 3 vezes mais frequentes no sexo masculino.

Geralmente o problema é notado quando a criança inicia as atividades de aprendizado na escola, quando seu ajustamento se mostra comprometido já nas séries iniciais. O diagnóstico antes dos 4 ou 5 anos raramente é feito pois seu comportamento nesse período é muito variável. A hiperatividade pode ocorrer em diferentes graus de intensidade, com sintomas variando entre leves e graves.

Como o diagnóstico da hiperatividade é difícil e complexo, é necessário e muito importante a observação de pontos como:

- Desatenção e agitação: uma criança hiperativa não consegue se concentrar em uma atividade, em comparação aos colegas da escola por exemplo, está sempre atrasada.

- Superexcitação e atividade excessiva: crianças nesse contexto são muito agitadas e com isso suas emoções também são excessivas.

- Impulsividade: outra característica dessas crianças é que muitas vezes não pensam antes de agir, resultando em comportamentos inadequados.


- Dificuldades com frustrações: não aceitam adiar recompensas, não toleram perder nem serem superadas.



Quais são os sintomas da pessoa com hiperatividade?

Uma pessoa pode apresentar o transtorno de hiperatividade quando a maioria dos seguintes sintomas torna-se uma ocorrência constante em sua vida: 
 
  • Freqüentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
  • Com freqüência abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
  • Freqüentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isso é inapropriado (em adolescentes e adultos, isso pode não ocorrer, mas a pessoa deixa nos outros uma sensação de constante inquietação);
  • Com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;
  • Está freqüentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor";
  • Freqüentemente fala em demasia.

Além dos sintomas anteriores referentes ao excesso de atividade em pessoas com hiperatividade, podem ocorrer outros sintomas relacionados ao que se chama impulsividade, a qual estaria relacionada aos seguintes aspectos:

  • Freqüentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas;

  • Com freqüência tem dificuldade para aguardar sua vez;

  • Freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por exemplo, intrometendo-se em conversas ou brincadeiras de colegas).

A hiperatividade torna-se aparente quando numa turma da mesma idade todos colaboram e a criança hiperativa acaba tendo que ser retirada por impedir o prosseguimento da atividade. Essas crianças não sabem o que se passa com elas mesmas, por isso não se justificam e acabam sendo consideradas problemáticas, indisciplinadas, mal-educadas e despertam antipatias entre os colegas e também entres as pessoas responsáveis pelos seus cuidados.

Um especialista em comportamento infantil pode ajudar a distinguir as diferenças entre a criança ativa e a realmente hiperativa além do que, um trabalho multidisciplinar contínuo é importante para que as causas da hiperatividade sejam identificadas de forma correta, para que seja feito um bom diagnóstico diferencial e para a utilização de tratamentos adequados no auxilio da melhora ou diminuição dos sintomas. Favorecendo assim o desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem bem como nas suas relações social e familiar.Para isso se faz necessário usar de exaustivas informações dos pais e professores além de investigações auxiliadas por testes psicológicos e neuropsicológicos.

É imprescindível reforçar a importância do apoio, compreensão, carinho e paciência de todos que fazem parte da rotina da criança para que ela se sinta ajustada ao meio e para que possa realizar e se beneficiar de todo seu potencial.


Texto por : Célia Gonçalves dos Santos
Psicóloga Clínica e Especialista em Neuropsicologia.
CRP : 04/IS00497

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